quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Os Efeitos da Cocaína no Cérebro

Corte cerebral pós-mortem de um adito em cocaína. A lesão mostrada refere-se a uma hemorragia cerebral massiva e está associada ao uso da cocaína.

Maconha

Em 1735, o botânico Carl Lineu nomeou a Maconha como Cannabis sativa. A mesma foi chamada de Cannabis indica, pelo biólogo francês, Jean Baptiste Lamarck. Assim como outras plantas, a maconha possui dois gêneros: macho e fêmea. Em um mesmo pé pode ter ambas as estruturas sexuais. É a flor do macho que produz o pólen que fecunda a fêmea, quando a flor da fêmea é fecundada ela se enche de sementes e depois morre.

Quando não ocorre fecundação da fêmea, essa excreta uma grande quantidade de resina pegajosa composta por dezenas de substâncias diferentes. Dentre as várias substâncias, existe a THC (delta-9-tetrahidrocanabinol) que serve de filtro solar para a planta, pois essa é de clima desértico. Apesar do THC estar presente em toda a planta é na flor da fêmea que se encontra a maior concentração da substância. A real droga da maconha é essa flor.

O THC tem uma propriedade bem curiosa, gruda em algumas moléculas das paredes dos neurônios de animais, até mesmo do homem, tais moléculas são conhecidas como receptores de canabinóides, quando ocorre a ligação o receptor opera sutis mudanças químicas dentro da célula, mas não se sabe dizer ao certo quais são elas. Em 1992, o pesquisador israelense Ralph Mechoulam descobriu o motivo pelo qual temos tal receptor. O receptor serve para ligar-se à outra molécula, a mesma fabricada pelo próprio cérebro, muito semelhante ao THC. A molécula foi batizada por Rauph de anandamida (ananda, em sânscrito, significa “felicidade”). Enfim, o cérebro produz uma substância com efeitos parecidos com os do THC, em doses bem menores. Não se sabe qual a finalidade da anandamida no cérebro, mas está relacionada ao controle da dor. Pelo fato de haver receptores de canabinóides em células fora do cérebro, leva a pensar que a anandamida desempenha um papel mais abrangente do que parece.

Além das formas de uso mais conhecidas há uma especial, a do cânhamo, que é utilizado na produção de tecidos. Supostamente foi pelo fato de Cristóvão Colombo usar tecidos derivantes do cânhamo em suas velas e cordas, assim, juntamente com as embarcações as sementes da maconha também vieram. A idéia era de plantar as sementes, pois se tivesse que ser feita alguma reparação nas velas e cordas, eles teriam o material. Enquanto a maconha era utilizada por pessoas mais pobres, ela não causava tanto medo, repúdio e preconceito. Porém, quando as pessoas de classe média começaram a fazer o uso da droga, surgiu um motivo de preocupação.

Há indícios de que há muitos anos a maconha se faz presente em quase todo o mundo, sua disseminação se deu através de viajantes, esses levavam sementes da maconha, desse modo essa se fazia presente em quase todos os continentes. Por muitos anos a maconha foi considerada legal, sua ilegalidade em vários países, incluindo o Brasil, se deu por volta do século XX. Mas ainda existem países onde a maconha é legal, em outros ela é comercializada unicamente como remédio (auxiliando pacientes no tratamento de doenças, controlando a dor).

No Brasil, a maconha se faz tão presente por existir muitas áreas sem qualquer tipo de vigilância. Com isso fica mais fácil o escoamento da droga. Durante um bom tempo a maconha era comercializada com um preço insignificante. Vários países tentaram mais nenhum conseguiu erradicar a maconha de seu território. A maconha é conhecida em muitos países como “marijuana”. Há boatos de que as tropas revolucionárias de Pancho Villa que chacoalharam as estruturas do poder em 1910, eram adeptos de um baseado no intervalo das batalhas; assim surgiram os conhecidos versos: La cucaracha/ la cucaracha/ ya no puede caminar/ Porque no tiene/ Porque le falta/ marijuana que fumar, atribuídos à Villa.

O efeito causado pela maconha em pessoas que a fuma é variado. Para evitar problemas relacionados à saúde física e mental, é recomendável que a pessoa não faça o uso de drogas (no caso em questão a cannabis), pois pode agravar os problemas relacionados à saúde. Principais efeitos Os efeitos causados pelo consumo da maconha, bem como a sua intensidade, são os mais variáveis e estão intimamente ligados à dose utilizada, concentração de THC na erva consumida e reação do organismo do consumidor com a presença da droga.

Os efeitos físicos mais freqüentes são avermelhamento dos olhos, ressecamento da boca e taquicardia (elevação dos batimentos cardíacos, que sobem de 60 - 80 para 120 - 140 batidas por minuto).

Com o uso contínuo, alguns órgãos, como o pulmão, passam a ser afetados. Devido à contínua exposição com a fumaça tóxica da droga, o sistema respiratório do usuário começa a apresentar problemas como bronquite e perda da capacidade respiratória. Além disso, por absorver uma quantidade considerável de alcatrão presente na fumaça de maconha, os usuários da droga estão mais sujeitos a desenvolver o câncer de pulmão.

O consumo da maconha também diminui a produção de testosterona. A testosterona é um hormônio masculino responsável, entre outras coisas, pela produção de espermatozóides. Portanto, com a diminuição da quantidade de testosterona, o homem que consome continuamente maconha apresenta uma capacidade reprodutiva menor.

Os efeitos psíquicos são os mais variados, a sua manifestação depende do organismo e das características da erva consumida. As sensações mais comuns são bem-estar inicial, relaxamento, calma e vontade de rir. Pode-se sentir angústia, desespero, pânico e letargia. Ocorre ainda uma perda da noção do tempo e espaço além de um prejuízo na memória e latente falta de atenção.

Em longo prazo o consumo de maconha pode reduzir a capacidade de aprendizado e memorização, além de passar a apresentar uma falta de motivação para desempenhar as tarefas mais simples do cotidiano.

Por Eliene Percília Equipe Brasil Escola

Carta de um drogado ao seu pai

Esta é uma carta de adeus de um jovem de 19 anos. O caso é verídico. Aconteceu num hospital de São Paulo.

"Acho que neste mundo ninguém procurou descrever seu próprio cemitério. Não sei como meu pai vai receber este relato, mas preciso de todas as forças enquanto é tempo. Sinto muito meu pai, acho que este diálogo é o último que tenho com o senhor. Sinto muito mesmo... Sabe pai, está em tempo de o senhor saber a verdade de que nunca desconfiou. Vou ser breve e claro. Bastante objetivo.

O tóxico me matou. Travei conhecimento com meu assassino aos 15 anos de idade. É horrível, não pai? Sabe como conheci essa desgraça? Por meio de um cidadão elegantemente vestido. Bem elegante mesmo, e bem falante, que me apresentou ao meu futuro assassino: a droga.

Eu tentei recusar, tentei mesmo, mas o cidadão mexeu com o meu brio. Dizendo que eu não era homem. Não é preciso dizer mais nada não é pai? Ingressei no mundo do vício.

No começo foi uma maravilha; depois as tonturas. A escuridão. Não fazia nada sem que o tóxico estivesse presente. Em seguida veio a falta de ar. O medo, as alucinações. E logo após a euforia do pico. Novamente eu me sentia mais gente do que as outras pessoas. E o tóxico, meu amigo inseparável, sorria, sorria. Sabe meu pai, a gente quando começa acha tudo ridículo, e muito engraçado, até de Deus eu gozava, curtia muito de quem falava Dele. Hoje no leito deste hospital reconheço que Deus é mais importante que tudo no mundo. E que, sem a sua ajuda, eu não estaria escrevendo esta carta. Pai, eu só estou com 19 anos, e sei que não tenho a menor chance de sobreviver, é muito tarde para mim, mas ao senhor meu pai, eu tenho um único pedido a fazer: mostre esta carta a todos os jovens que o senhor conhece. Diga-lhes que em cada porta de escola, em cada cursinho de faculdade, e cada canto da noite, em qualquer lugar há sempre um homem elegantemente vestido e bem falante que irá mostrar-lhe o futuro assassino e destruidor de sua vida e que os levará à loucura e à morte, como aconteceu comigo.

Perdoe-me pai, sofri demais, perdoe-me também por fazê-lo sofrer pelas minhas loucuras. Tenho que terminar, eu não consigo mais escrever nada, na minha garganta tem um nó, que se eu não cuidar, vou acabar chorando, e não posso chorar porque todo o meu corpo dói. Estou me sentindo asfixiado, meu pulmão está como se quisesse explodir, meu corpo dói tanto até parece que passou um trem por cima. Perdoe-me. Adeus, meu pai ".

Algumas horas após escrever esta carta, o jovem morreu.